Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Blogtailors - o blogue da edição

Harry Potter e Bloomsbury

28.09.07
Hoje, no Público, Suplemento Economia, página 2:

“No relatório preliminar de Junho deste ano, ou seja, antes do lançamento do livro que remata as aventuras do jovem feiticeiro, já a editora [Bloomsbury] contava com um aumento de 36,5 por cento das vendas face a 2006, quando estas atingiram 80,7 milhões de euros.

Os lucros antes do investimento aumentaram 6,1 por cento. Estes resultados já contam com parte das exportações do último livro de J.K. Rowling, mas outros títulos contribuíram para o seu sucesso, como “Austerity Britain”, de David Kynaston, “How we built Britain”, de David Dimbleby e “Imperial Life in the Emerald City”, de Rajiv Chandrasekaran (ed. port. A Vida Imperial da Cidade Esmeralda, Plátano Editora), que registaram fortes vendas.

(…)

A divulgação deste relatório valorizou a cotação da empresa em bolsa, que está agora cotada em 180 milhões de euros”.

Entrevista: Luís Cristóvão, Livreiro, editor e poeta (Livrododia)

28.09.07
Editor, poeta e livreiro, com uma formação na área do livro e do negócio que o tornam quase um case study num sector onde a formação nem sempre impera, Luís Cristóvão falou connosco por e-mail de livros, da sua escrita, dos seus projectos neste sector, nomeadamente, mas não só, da Livrododia, livraria e também editora. E ah!, está sediado em Torres Vedras...


A Livrododia é um exemplo de livraria que quer ser diferente, tanto para o editor como para o livreiro? De que forma?
A Livrododia nasceu em 2005 com a intenção de marcar a diferença no panorama livreiro da região onde se insere, a região oeste, que inclui vários concelhos desde Mafra e Alenquer, a sul, até às Caldas da Rainha, a norte. No nosso projecto empresarial, sentíamos que faltava uma livraria que pudesse fazer um acompanhamento do cliente mais efectivo, que pudesse ter atendimento especializado em diferentes áreas e que pudesse estabelecer-se como uma programadora de eventos relacionados com os livros. Ao nível da relação com o cliente, isso foi conseguido e reconhecido, para mais com o alargamento do nosso espaço comercial, na segunda loja que abrimos este ano. Ao nível do nosso relacionamento com o editor, onde apostamos sempre no estabelecimento de parcerias, na promoção das editoras, dos livros e dos autores, confesso que é um relacionamento mais difícil. Por não ser uma grande superfície, sinto na pele o ser sempre uma segunda opção para as editoras venderem os seus livros. Tirando honrosas excepções, e isto apesar do discurso oficial ser diferente, as editoras não se preocupam nada com o que uma livraria como a minha possa ou não vender.

Qual a vantagem e desvantagem de se ser actualmente uma livraria de proximidade?
No capítulo das vantagens, tenho a certeza que um cliente conhecedor do produto que pretende comprar se sente mais à vontade, mais bem servido, numa livraria onde encontra feedback, ou seja, onde é possível ser atendido por pessoas que gostam e percebem do livro. Para o cliente médio, isso pode importar pouco, mas haver alguém numa livraria que consegue sugerir acertadamente uma compra é um ponto muito forte na oferta comercial que fazemos. A vantagem para a empresa é estar dotada de um conhecimento de mercado a nível global, desde a gráfica até ao cliente final, e isso potenciar-nos com armas que, competitivamente, nos colocam na linha da frente. A desvantagem deste serviço é estar constantemente à prova, para mais no momento em que com duas lojas, com tipos de clientes diferenciados, com ofertas e procuras bastante variadas, é difícil ter um perfil médio do nosso cliente, tanto atendemos pessoas de classe alta com elevados níveis de formação e conhecimentos, como atendemos beneficiários dos subsídios de estado que se dirigem a nós para a aquisição dos livros escolares.

Estão sediados em Torres Vedras, a uma distância que tanto pode ser vista como grande de Lisboa, como suficientemente próxima para que o clientes procurem as grandes livrarias deste centro urbano. Como se é livreiro num cenário como este?
Neste cenário, ser livreiro é estar constantemente a ouvir que, caso não se tenha o livro para entrega imediata, o cliente irá até Lisboa procurar. No fundo, uma livraria em Torres Vedras pode sofrer do problema que é ter outras dezenas de livrarias num raio de 50 km. Em termos de serviço, nós asseguramos que fazemos tudo para ser melhores do que os outros. Em termos de disponibilização dos livros ao cliente, temos acesso semelhante ao de todas as outras livrarias. Mas em Torres Vedras as pessoas ainda pensam que Lisboa é que é. Acontece, e acho que isso é um problema do país, não da cidade, que o mercado global ainda não existe dentro da cabeça das pessoas.

Como poderá a Livrododia reagir a uma possível incursão em Torres Vedras de uma grande livraria, como é a Bertrand?
Não é possível, é real, abre a 16 de Outubro no Arena Shopping Center, na Saída Norte de Torres Vedras da A8. A nossa reacção não é à Bertrand, é à capacidade de atracção que um Shopping Center tem numa cidade. Assim, como já era nosso hábito, vamos reforçar ainda mais neste último trimestre, vamos apostar tudo nos eventos culturais. Lançamentos de livros, um ciclo de Jazz, um programa de provas de vinhos regionais, workshops para crianças e adultos.

Como é que conciliam a actividade de livreiro com a de editor e prestador de serviços editoriais?
Abdicando da nossa saúde mental. Para ser sincero, acho muito difícil conciliar as várias actividades num mesmo grupo de trabalho. Nós fazemo-lo assim porque estamos a crescer, porque queremos apostar nas várias vertentes, porque achamos que temos vantagens a dar aos nossos clientes nas diferentes áreas. A nível regional, somos diferentes de tudo o que há. A nível nacional, temos que conseguir demonstrar que o podemos fazer. É por aí que vamos.

Diga-nos por que razão os seus clientes deverão comprar na livrododia?
Aconselho a experimentar. Já compraram noutras livrarias, já pediram auxílio a outros livreiros, hoje em dia há livros em todo o tipo de superfície comercial. Na Livrododia encontram uma livraria, um espaço de convívio, uma cafetaria, uma esplanada. Passem por cá. Peçam ajuda por e-mail para encontrarmos um livro que não conseguiram em mais lugar nenhum. É isso que aconselho.

A livrododia tem-se destacado por uma forte actividade a nível cultural. Quais os objectivos, culturais e económicos de uma acção deste tipo?
A nível cultural queremos dinamizar a cidade, e em particular a zona da cidade onde nos inserimos - o centro histórico -, disponibilizando uma oferta diferenciada ao público. A nível económico, servem como atracção para mais clientes. Existem ganhos de imagem e financeiros associados.

Por outro lado, esta é uma livraria com voz global, na Internet, na Blogosfera. Qual a importância do vosso website, e do blog mantido por si, para o relacionamento com os clientes e leitores?
O nosso website é um projecto a longo prazo, ainda não conseguimos fazer com que funcione como queremos, embora se note um crescimento de compras online. A importância do blogue é bastante, porque temos consciência que muitos clientes e muitos potenciais clientes consultam o nosso blogue para acompanhar as nossas novidades, os nossos eventos e as nossas posições em termos de mercado. Serve ainda para transmitir as minhas opiniões sobre o que vai acontecendo no mundo dos livros. E nisso somos diferentes. Temos caras e nomes que as pessoas reconhecem e a quem podem perguntar e responder. Não somos um só logótipo ou uma gravata. Tenho esperança que as pessoas entendam isso como uma vantagem.

O Luís Cristóvão é livreiro, editor mas também poeta. Como vê o livro por tantas e tão diferentes facetas?
Desde pequeno que o livro e a literatura sempre foram o meu mundo. Um gozo grande de aprender e experimentar fazem também parte da minha personalidade. Só consigo estar nas coisas assim, intensa e completamente.

Livrododia
Avenida General Humberto Delgado, n.6A
2560-272 Torres Vedras
Telefone / Fax: 261 338 924
E-Mail: geral@livrododia.com.pt

Horário: de 2ª a 6ª feira das 11h00 às 20h00
aos sábados das 10h00 às 13h00

Livrododia - Centro Histórico
Praça Machado Santos, nº 1 a 4 R/c
2560- 646 Torres Vedras
Telefone / Fax: 261 314 286
E-Mail: mail@livrododia.com.pt

Horário: de 2ª a 6ª feira das 09h30 às 19h00
aos sábados das 09:30-13:30/14:30-18:00

Website: livrododia
Blogue: Diário de um livreiro

Richard Charkin na Bloomsbury

27.09.07
Richard Charkin é o novo director executivo da Bloomsbury, a editora responsável por Harry Potter. Diz-se que Charkin deverá ler todos os feitiços deste personagem, por forma a ser ele próprio um feiticeiro capaz de gerir um catálogo que já não conta com a magia de J.K. Rowling…

Richard Charkin assume funções a 1 de Outubro por forma a reorganizar a editora, numa era pós-Harry Potter.

Podem ver tudo aqui. E aqui.

Saída de emergência: a maior promoção do mercado?

26.09.07
A Saída de Emergência (Sde) acaba de apresentar uma nova campanha que, nas suas palavras, é "provavelmente, a maior promoção do mercado editorial": na compra de um exemplar da obra «A Guerra dos Tronos», a SdE oferece outra oferece outro exemplar do mesmo livro, que é depois enviado para casa do consumidor, para que o possa oferecer.

Antes disso, é claro que temos de preencher a badana destacável com os nossos dados e enviá-la para a SdE.

Da nossa parte, parece-nos mais uma inteligente medida desta editora. Não só a nível comercial, podendo alargar de uma forma bastante correcta e honesta a base de contactos para posterior venda directa, mas também demonstrando que sabem que é lendo e conseguindo o aconselhamento boca-a-boca que os livros acabam por ser vendidos posteriormente.

e-livros

26.09.07
Mais do que as tecnologias que diariamente surgem, o que é verdadeiramente necessário para que haja futuro são investidores e mercado.
E isso é o que agora começa a existir no mercado dos e-livros.

Não, não nos referimos às lusas experiências bem-sucedidas que a Webboom e a Mediabooks têm feito com a venda de livros escolares dos respectivos grupos, mas a factos globais que nos fazem revirar os globos oculares e ter a certeza de algo está a mudar. Que mais não seja o dinheiro que alguns têm na carteira.

Já todos conhecíamos as capacidades instaladas de grupos como a Amazon ou a Simon & Schuster na comercialização dos e-books disponíves - experiências muitas vezes pénibles que pouca vontade nos dão de adquirir a experiência necessária para continuar ou aventar sucessos. Mas na semana anterior começaram-se a ouvir falar de novas disponibilidades, com uma nova livraria online sino-indiana que pretendia ser a primeira hiper-livraria online de e-books, agregando em cada país um parceiro que recolhesse e disponibilizasse os livros disponíveis na sua plataforma e, esta semana, a e-tinta começou a correr em torno da e-notícia de que os e-books passaram a ter uma aliança de peso: a Sony aliou-se à mega-rede livreira Borders e promete um fundo de catálogo inicial superior a 20 000 títulos.
Mais do que a disponibilidade (caso tenham Sony e-reader, claro está), a experiência promete ser diferente, com pontos de e-leitura nas lojas Borders (mais de 500) e na muito prometida e esperada borders.com, a oferta de e-books actuais e de grande procura, e a valorização constante dos conteúdos com algumas novas vantagens digitais.

E-na... porque estamos nós a dizer isso quando podem ler o press release?

Dialética

25.09.07

”Quando era jovem, li com grande entusiasmo livros policiais e de cowboys – não são considerados livros que moveram o mundo mas são livros que forjaram leitores.” João Rodrigues, Os Meus Livros, Setembro 2005, p.21.

“Não, em geral não me parece que seja assim. Da mesma forma que as pessoas que gostam de música pimba não vão interessar-se por uma música mais sofisticada, quem começa por ler livros de má qualidade, provavelmente vai-se confirmar como leitor de livros de má qualidade e não passar a outras de maior interesse." Francisco Vale, Os Meus Livros, Março 2006, p.22

O cheiro a ebook

24.09.07
Hoje, na página 3 do jornal Público (suplemento P2), Ana Gerschenfeld escreve um pequeno artigo sobre uma iniciativa levada a cabo no universo dos ebooks que pretende combater um dos principais problemas do suporte... o cheiro :-)

«Se é daquelas pessoas que não gosta de livros electrónicos porque "não cheiram a livro", a nova proposta de um site de ebooks pode fazê-lo mudar de ideias. Para relançar as suas vendas, o vendedor de livros técnicos e académicos cafescribe.com, noticia o Le Monde, acaba de inventar o "primeiro livro electrónico com cheiro do mundo"! Cada vez que um cliente encomendar lá um livro, receberá também "um autocolante que cheira a livro velho". Bastará colá-lo ao computador. Sarcasmo, truque de marketing? Talvez sim, talvez não. Um potencial argumento de venda para os 43 por cento de estudantes que, segundo um inquérito da Zogby International, consideram que o cheiro de uma obra constitui uma qualidade essencial.»

Pág. 1/4