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Blogtailors - o blogue da edição

Ian Fleming

28.12.07
No âmbito das celebrações do centenário do nascimento do escritor Ian Fleming, o criador de James Bond, os correios britânicos irão lançar «uma série filatélica que reproduz as capas de algumas das mais emblemáticas histórias protagonizadas pelo agente 007».

Será ainda lançado, a 28 de maio de 2008, o 15.º livro que tem como protagonista James Bond. Esta obra, da autoria de Sebastian Faulks por encomenda dos familiares de Fleming, tem como título Devil may care e será lançada pela Penguin.

Mais informações aqui, no Diário Digital.

Obra de Eça em discussão

28.12.07
«A vida e a obra do escritor Eça de Queirós são o tema de um ciclo de conferências internacionais que vai decorrer, em 2008, em diversos países europeus, nos EUA e no Brasil». Estes eventos terão lugar em cidades como Paris, Barcelona, Londres ou São Paulo.

Háverá ainda espaço para a realização de acções de formação dedicados à temática queirosiana.

Mais informações aqui, no Diário Digital.


As Benevolentes

28.12.07
A não perder hoje, no Ipsílon, o especial de 8 páginas (tema de capa) dedicado à obra As Benevolentes, publicado em Portugal pela Dom Quixote. Lamentamos somente que o site disponibilize poucas informações sobre esta obra - apenas encontramos as características mais técnicas e a breve sinopse da obra - que, como tem sido falado nos media, tem vários insights possíveis para ser comunicado.

Poderá tratar-se de uma má pesquisa da nossa parte; mas a ser assim (e reiteramos que poderá ser uma má pesquisa da nossa parte), parece-nos que se trata de uma daquelas situações em que o site não está ao serviço do boca-a-boca a que esta obra se presta.
Alguns exemplos, em parte referidos no artigo de Alexandra Lucas Coelho ("O caso Littell") publicado hoje no referido suplemento:
- o autor é americano mas escreveu em francês;
- a obra, tendo sido escrita em francês por um americano, ganhou o prémio Goncourt e o prémio da Academia Francesa;
- O livro está envolvido na polémica protagonizada pela sociedade culta francesa, tem se revoltado contra aquilo que chamam a «americanização da cultura francesa»;
- Vasco Pulido Valente, numa crónica do Público, indicou que «Se há possibilidade de compreender um executor da Solução Final, Les Bienveillantes é a aproximação mais verosímil»;
- Jonathan Littell é filho do autor norte-americano Robert Littell, cuja obra costuma ser arrumada «na prateleira dos romances de espionagem, guerra fria, CIA e etc.»;
- correram rumores que a obra teria sido escrita pelo pai do autor (ok... esta informação talvez devesse evitar ser dita);
- o autor pediu à Gallimard (editora original do livro) que se escrevesse a «primeira obra literária» e não o «primeiro romance», porque já escrevera uma obra de ficção científica cyber punk;
- o autor, tendo sido acusado de anti-semitismo, é descendente de judeus polacos;

O próprio autor, pela postura e declarações, é uma fonte interminável de possibilidades de comunicação - basta ler a entrevista para perceber porquê.

Media

27.12.07
Algumas notas:

- Distribuição de jornais gratuitos quase duplicou este ano, devido grande parte não só ao aparecimento do Global Notícias e Meia-hora, como do aumento da tiragem dos gratuitos já existentes.

- Expresso vendeu mais do dobro do Sol este ano, durante os primeiros nove meses do ano de 2007, numa diferença que se cifra nos 117 mil Vs. 49 mil.

- As newsmagazines melhoraram a sua circulação paga (vendas e assinaturas) entre os nove primeiros meses do ano passado e o mesmo período deste ano. A Visão continua a ser líder, mas a Sábado foi quem mais cresceu.

- A maioria dos jornais económicos aumentou as vendas face a 2006. «No total, o segmento - que engloba 10 títulos de diferentes periodicidades - vendeu nos primeiros nove meses do ano uma média de 110.479 unidades, o que representa uma subida de 5,1% em relação ao período homólogo de 2006.» Ficaram de fora desta subida os jornais Diário Económico (desceu 3,3%), Semanário Económico (desceu 12,2%) e Vida Económica (desceu 13,3%).

Acordo ortográfico - Desidério Murcho

27.12.07
Deixamos um artigo de opinião de Desidério Murcho, publicado no De Rerum Natura, sob o título "Acordo ortográfico".


Nos países sem grande tradição democrática encara-se com normalidade que os políticos possam decidir como vamos escrever as palavras. Alguns linguistas, incapazes de fazer valer as suas modernices linguísticas pela via orgânica da influência dos seus dicionários, gramáticas e livros (que não escrevem), ajuntam-se, ajoelham-se, rezam e convencem o poder político a mudar por força de lei o modo como escrevemos. O poder político vai na conversa, com as ilusões políticas do costume, que ninguém se deu ao trabalho de estudar cuidadosamente: hoje em dia, usa-se a ilusão de que a língua vai ter maior implantação no mundo, vamos unificar as diferentes ortografias da língua, em vigor no Brasil e em Portugal (os países africanos de língua portuguesa seguem a ortografia de Portugal). No passado, para eliminar o "ph", usavam-se outras ilusões: era por causa do "ph", dizia-se, que o nosso ensino era tão mau e o nível cultural tão baixo. Décadas depois já não há "ph", mas o ensino não melhorou.

Há três aspectos importantes a ter em conta.

Em primeiro lugar, a pouca-vergonha que é o estado legislar sobre a língua. A língua devia ser deixada entregue a si mesma, como acontece em países com sólidas tradições democráticas. O inglês é, em termos práticos, a língua académica, científica e comercial internacional — mas ninguém legisla sobre esta língua e as ortografias do Reino Unido e dos Estados Unidos são diferentes, para não falar dos restantes países de expressão inglesa. Mas nos nossos dois países, Portugal e Brasil, as bestas de políticos que temos bem poderiam fazer uma lei para deixarmos de beber café com leite ao pequeno-almoço, que a intelectualidade aceitaria isso com naturalidade. Como dizia o Ega, isto é uma choldra. Ah, os brasileiros não aceitariam isso — mas unicamente porque no Brasil não se sabe o que é o pequeno-almoço, pois usam a expressão "café da manhã" (e até "traduzem" o Eça, para o leitor não se dar ao incómodo de ir aos excelentes dicionários brasileiros — o Houaiss, o Aurélio ou o Michaelis). O que nos conduz ao segundo ponto.

Em segundo lugar, as ilusões políticas não passam disso mesmo: ilusões. O acordo não vai unir as línguas, nem há qualquer vantagem em unir as línguas. Não vai unir as línguas porque a diferença mais importante entre o português de Portugal e do Brasil não é a ortografia mas a gramática e o conjunto de expressões usadas. No Brasil, as pessoas em geral não sabem o que é o pequeno-almoço, e em Portugal o café da manhã é apenas um café que se toma de manhã e não o pequeno-almoço, que pode ou não conter café; no Brasil, um sítio é uma quinta grande, mas em Portugal é apenas um lugar qualquer. E não há qualquer vantagem em unir a ortografia das línguas, dado que não há qualquer união ortográfica entre os EUA, por exemplo, e o Reino Unido, mas os livros publicados num país são geralmente publicados no outro e vice-versa, sobretudo os académicos. A Blackwell, a Cambridge, a Oxford — algumas das mais importantes editoras académicas — publicam geralmente os seus livros simultaneamente nos dois países, apesar das diferentes ortografias. Não há um só editor académico que faça isso em Portugal e no Brasil, com ou sem acordo. Compreende-se que os editores brasileiros se estejam nas tintas para o mercado português, de apenas dois ou três milhões de leitores, num país que tem muitíssimos mais leitores do que isso apenas em S. Paulo e no Rio, para não falar de outras cidades gigantescas nem do resto do país, com as suas 106 universidades federais (sem contar por isso com as estaduais nem com as privadas). Portanto, não há realmente razões políticas para fazer um acordo ortográfico.

Em terceiro lugar, devemos compreender o que está realmente em causa: uma simbiose entre linguistas que querem ficar na história e fazer currículo, e um estado autoritário que gosta de interferir arbitrariamente na vida dos cidadãos. Como os linguistas têm a incapacidade de se impor pela força das suas ideias linguísticas, impõem politicamente as suas teorias ortográficas preferidas. E o poder político agradece, porque o mais arcaico instrumento político é a interferência arbitrária do poder político na vida das pessoas. Hoje não podemos ler Eça tal como Eça escreveu, nem Pessoa tal como Pessoa escreveu. Mas os ingleses lêem Byron tal como Byron escreveu e lêem Dickens tal como Dickens escreveu. E se não lêem Hobbes tal como Hobbes escreveu, não foi por via de qualquer legislação, mas por força da evolução orgânica da língua — porque os autores de dicionários, gramáticas e obras eruditas foram mudando gradualmente o modo de escrever certas palavras, assim como certas estruturas gramaticais.

Entre o orwellianismo dos nossos políticos, a incompetência dos linguistas próximos do poder e as ilusões dos comentadores — que parecem ingenuamente pensar que há razões políticas para tais acordos que não a mera interferência arbitrária na vida das pessoas — a realidade gritante é esta: não há soluções legislativas para a falta de cooperação académica e cultural entre os nossos povos, não há solução ortográfica que resolva as diferenças linguísticas profundas entre os nossos países, nem há qualquer vantagem em fazer tal coisa. Com ou sem acordo, tudo vai continuar como antes, mas pior. Tal como tudo ficou igual, mas pior, quando deixámos de escrever "possìvelmente" e passámos a escrever "possivelmente", e quando deixámos de escrever "philosophia" e passámos a escrever "filosofia": continuámos a ser um dos povos europeus possivelmente mais incultos e a filosofia continuou a fazer-se no estrangeiro.

Pop up

27.12.07
Temos sido informados que algum hacker comercial conseguiu (não deve ser difícil) instalar um pop up de publicidade no blogtailors.

Vimos por este meio informar que não temos qualquer responsabilidade nisso, nem (infelizmente) auferimos qualquer lucro.

Se alguém souber como fazer desaparecer isto, nós agradecemos.

A gerência

Manuel Caldas, editor de clássicos de BD

27.12.07
Com o título deste post, o jornalista Carlos Pessoa assina um artigo sobre Miguel Caldas, «editor independente de quadradinhos (Livros de Papel)».

Este editor, que trabalhou como auxiliar de acção educativa até há cerca de ano e meio na biblioteca da escola secundária de Póvoa de Varzim, pretende publicar «na integra o clássico norte-americano de Harold Foster», o Príncipe Valente. A editora, essa, funciona nas águas-furtadas da casa do próprio Miguel Caldas: «o espaço acanhado e com pouco conforto, as estantes cheias de livros de BD (quase só clássicos americanos) coexistem com pilhas de álbuns prontos a expedir, uma secretária com computador e scanner, e algum mobiliário ali armazenado. »

Segundo o que nos explica o jornalista, Manuel Caldas «entrega-se a um laborioso e exigente processo de restauração dos desenhos, das vinhetas e das pranchas até atingir um grau de perfeição que as torna únicas.».

Mais desenvolvimento no Público de hoje, suplemento P2, página 11.

Cem anos de solidão - nova edição

27.12.07
Foi apresentada, ontem em Havana, uma edição revista e ilustrada da obra Cem anos de Solidão, do colombiano Gabriel Garcia Marquez. As ilustrações ficaram a cargo de Roberto Fabelo, galardoado com o Prémio Nacional de Artes Plásticas.

Gabo cedeu os direitos de autor a Cuba.

Mais informações no Público, local de onde é retirada a foto.

Acordo ortográfico

27.12.07
A 2 de Novembro deste ano, Luis Amado avançou que Protocolo Modificativo do Acordo Ortográfico de Língua Portuguesa seria aprovado até ao final de 2007. No entanto, dado que este não vai ser aprovado hoje, dia do último Conselho de Ministros do ano, a aprovação apenas será feita em 2008.

Mais desenvolvimentos no Diário Digital.