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Blogtailors - o blogue da edição

Conferência: o acordo ortográfico

31.03.08
«Acordo Ortográfico: a perspectiva do desastre

A APEL – Associação Portuguesa de Editores e Livreiros e a UEP – União dos Editores Portugueses, organizam conjuntamente um colóquio sobre o Acordo Ortográfico. O Dr. Vasco Graça Moura apresentará uma comunicação sobre “Acordo Ortográfico: a perspectiva do desastre”.

Várias personalidades de renome ligadas à problemática foram igualmente convidadas.

A conferência terá lugar no próximo dia 3 de Abril, pelas 16:00 horas, no Auditório (Piso 1), da Byblos Livrarias/Amoreiras (R. Carlos Alberto da Mota Pinto, 17, Edifício Amoreiras Square, em Lisboa).

Convidamos o Órgão de Comunicação Social que V. Ex.ª representa a estar presente neste debate, agradecendo desde já que seja feita uma confirmação até ao dia 01 de Abril.


Lisboa, 26 de Março de 2008

As Direcções»

Comunicado assinado conjuntamente.

Posição da UEP sobre a CONVOCATÓRIA de uma reunião de Participantes da Feira do Livro de Lisboa

31.03.08
Parece que no mundo associativa nem tudo se encontra sereno, como tem sido referido.

Vejamos então esta posição formal da UEP, tornada pública este sábado:

«Fomos confrontados com a marcação de uma reunião pela direcção da APEL para "deliberar sobre a situação criada" e destinada a "todos os Participantes na Feira do Livro de Lisboa".

Porquê e para quê esta reunião? O que a motiva e qual a nossa posição sobre ela?

O tom algo inflamado do seu texto, a sua inoportunidade e alarmismo não nos fazem perder a serenidade e passaremos a clarificar a nossa posição sobre esta matéria.

Durante dois meses, vários contactos e cinco reuniões formais, desde o passado dia 24 de Janeiro até dois dias antes da convocatória a 25 de Março, tivemos oportunidade de trabalhar com a direcção da APEL no sentido de se organizar conjuntamente a Feira do Livro de Lisboa.

Logo na primeira reunião tivemos oportunidade de informar os nossos colegas daquela associação que um grupo significativo dos nossos sócios, quer pelo número de pavilhões, quer pelos géneros editoriais por si editados com largo número de Autores portugueses representados, vinha colocar uma maior premência no problema - velho de vários anos e Feiras - da liberdade da forma de participar na Feira do Livro de Lisboa.

E que essa questão a não ser tida em conta, poderia criar constrangimentos à sua participação na Feira.

Não se trata de substituir um modelo de pavilhão por outro, melhor ou pior estudado e decidido, mas também ele de utilização obrigatória.

Trata-se sim de dar a cada participante a liberdade de se apresentar como entender - dentro de regras e limites gerais a definir pela organização da Feira - e não de obrigar cada um a estar presente de uma forma determinada.

Cada participante, empresa editorial ou não, tem a sua imagem no mercado, os seus planos de marketing, as suas opções editoriais e de mercado. Estes não são princípios apenas de hoje. Mas apresentam-se agora com maior impacto na vida das empresas.

O que a fórmula tradicional impede - além do desperdício de recursos e perdas de rentabilidade, por exemplo - é a liberdade das empresas se relacionarem com o mercado como é de sua escolha.

Esta preocupação tem vários anos, sempre transmitida aos nossos colegas da direcção da APEL, discutida por Editores em geral há mais de 20 anos e a sua abordagem tem sistematicamente vindo a ser adiada de ano para ano.

No sentido de avaliar melhor qual a posição dos sócios da UEP sobre este assunto levou-nos a organizar, em 12 de Fevereiro, uma reunião que clarificasse de forma inequívoca, sobre qual a sua decisão em relação a esta questão. Posteriormente, junto de cada sócio que não tinha nela participado (e não foram muitos mais), fizemos uma consulta individual sobre o mesmo assunto.

Na sua sequência demos conhecimento à APEL que a totalidade dos sócios da UEP defendia a livre participação na Feira - sempre sujeita a regras a definir pela organização - embora, por um ou outro motivo, alguns entendessem não utilizar essa opção na Feira deste ano.

Ficou assim claro que um conjunto de editores que totaliza cerca de 20 pavilhões tencionavam apresentar-se de forma diferente, aguardando as regras a definir - as quais claramente aceitavam tal como uma localização adequada na Feira - para poder apresentar os projectos da sua participação.

Idêntica consulta foi feita pela direcção da APEL aos seus sócios.

Chegados a um impasse não nos restava alternativa senão consultar a Câmara Municipal de Lisboa, principal apoiante da Feira do Livro e detentora do espaço onde se realiza, e propormos que fosse a UEP a organizar o espaço da Feira que virá a ocupar no Parque Eduardo VII.

Sem "guerras", sem "dramas", insistindo em que seria vantajoso existir uma organização conjunta, mas não abdicando da defesa dos direitos dos seus sócios e disponibilizando-se para correr os riscos da inovação, organizando uma parte da Feira do Livro de Lisboa.

A CML acolheu-nos com entusiasmo, disponível para valorizar a Feira, torná-la mais atractiva, possibilitando que cada vez mais entidades nela possam participar.


Isso mesmo foi transmitido aos nossos colegas da Direcção da APEL por mail do passado dia 20 e na reunião do dia 25 de Março, numa derradeira tentativa de se organizar conjuntamente a Feira.

Nessa reunião foi-nos sugerida a realização de uma reunião de participantes da Feira para se fazer nova consulta sobre o mesmo tema, tentando demonstrar as vantagens das nossas ideias.

Tivemos oportunidade de adiantar que não entendemos que, existindo associações com os seus órgãos sociais legitimamente constituídos, existindo a possibilidade de auscultar os sócios sobre esta matéria, tendo sido concretizada essa consulta quer pela UEP quer pela APEL, fosse necessária nova consulta às mesmas entidades, agora na "qualidade" de Feirantes.

Bem como que, definidos os princípios, consultados os interessados, cabe às duas direcções decidir o que fazer. Não menorizamos as estruturas associativas e as suas direcções, correndo a buscar na "rua" razões que não temos.

Não se trata da "inflexibilidade da posição da UEP", como refere aquele Comunicado

É a realidade que, contraditoriamente, na sua riqueza e plasticidade, é "inflexível".

É ela que nos impele sempre a ter de responder de forma oportuna e adequada às suas solicitações. A estar atentos à evolução das pessoas, das organizações e do mercado. A corresponder ao que, em cada momento, ela espera de nós.

Por isso prosseguiremos a organização de parte do espaço da Feira do Livro de Lisboa como tratámos com os nossos parceiros, bem como prosseguiremos o trabalho conjunto com os nossos parceiros na sua realização.

Por isso não participaremos na reunião agora convocada pela direcção da APEL, bem como aproveitamos para transmitir aos nossos sócios que, na nossa opinião, ela é escusada e desajustada.

Em seu lugar participaremos nesse mesmo dia noutra reunião promovida pelo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa com as direcções da UEP e da APEL, com o objectivo de melhor organizar a Feira do Livro de Lisboa, de prosseguir a sua organização, dotando-a dos melhores meios, das melhores formas de se integrar na vida da Cidade e dos Lisboetas.

Na defesa do Livro e da Leitura.
Sempre na defesa uma forma "livre" de estar na Feira.

A Direcção
União dos Editores Portugueses

Tempo de antena: A APEL e o acordo ortográfico.

30.03.08
Pena que a APEL não use a blogosfera para fazer passar as suas mensagens. Como não o faz, fica aqui, infelizmente com o atraso de alguns dias, o comunicado de imprensa da instituição acerca do Acordo ortográfico, com o sugestivo título "APEL alerta que o Acordo Ortográfico não está em vigor".

«Perante os mais recentes desenvolvimentos relacionados com o Acordo Ortográfico, em particular a decisão do Governo português e as declarações do Senhor Presidente da República durante a sua visita ao Brasil, a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros – APEL entende ser necessário sublinhar que o Acordo Ortográfico não está em vigor no nosso país.

Este esclarecimento torna-se tão ou mais premente quanto se começava a instalar a ideia – errada – que o Acordo Ortográfico é uma inevitabilidade. Não o é e, como já foi tornado público, a APEL espera que nunca o venha a ser a bem da Língua Portuguesa.

Para além da Conferência do Dr. Vasco Graça Moura organizada pela APEL e a UEP, importa lembrar que está agendado para o próximo dia 7 de Abril um importante debate na Assembleia da República sobre este assunto, que se deseja decorra de forma viva, participada e livre de quaisquer condicionalismos.

Entretanto, a APEL deixa bem claro que todas as edições, da responsabilidade dos seus membros, actualmente disponíveis no mercado não irão sofrer quaisquer alterações.

Livros de ficção e de não-ficção, livros escolares, livros auxiliares de ensino, livros técnicos e científicos, dicionários, gramáticas, prontuários e restantes edições respeitam integral e escrupulosamente as actuais regras da Língua Portuguesa, pelo que continuam a ser instrumentos válidos de leitura e aprendizagem.

A APEL manter-se-á atenta a tudo quanto diga respeito ao processo do Acordo Ortográfico e, sobretudo, procurará sensibilizar os decisores políticos e demais sectores da sociedade para o grave erro que constituirá a entrada em vigor daquele documento.

Lisboa, 26/03/2008


A DIRECÇÃO»

O meu livro dava um filme

30.03.08
Hoje, no JN, um artigo sobre a criação de uma série de filmes, estreados em Portugal este ano, que têm por base... livros. Alguns excertos:

«Ao todo, durante o primeiro trimestre, foram exibidas, nas salas portuguesas, 20 longas-metragens adaptadas de livros.

(...)

Francisco José Viegas, director da revista "Ler", não considera que esta situação seja oportunista, pois "revela, antes de mais, que o romance não morreu e que a arte de contar histórias está ligada à vida da literatura. Há uma intensidade de certos romances, tão absorventes e inquietantes, que pode passar para o cinema".

(...)

Os resultados de bilheteira da maioria dos filmes adaptados de livros e estreados este ano não evidenciam uma adesão empolgante do público. Até pode ser que muitos espectadores procurem a obra original, o que leva Francisco José Viegas a afirmar que os livros ganham sempre com esta situação, mesmo quando o cinema é "perverso porque passa sobre os livros como sobre um campo deserto".

(...)

Nuno Artur Silva admite um empate vantajoso para as duas artes. "Pode ser 'win-win'. Raramente é perde-perde". E o leitor ou espectador? "São sempre duas experiências, o que faz lembrar a anedota das duas cabras a comerem um bocado de película de cinema numa lixeira. Uma pergunta Que tal? E a outra responde: Gosto. Mas gostei mais do livro".»

Sobre este assunto ver também aqui este artigo de Sérgio Almeida.

José Afonso Furtado, Rogério Santos, Rui Zink e Booktailors no Público

30.03.08
O dia foi cheio na passada sexta-feira. Em virtude disso, apenas ontem li os jornais que eram do dia anterior. E por isso apenas ontem tive conhecimento da referência que Isabel Coutinho fez no Ciberescritas ao debate que se realizou na Círculo das Letras, e que contou com as presenças de José Afonso Furtado, Rui Zink e dos booktailors.


Partindo deste evento, que Rogério Santos filmou, disponibilizando alguns excertos, Isabel Coutinho fala da facilidade com que «qualquer pessoa com escassos meios consegue ser criador de conteúdos. E mais, facilmente consegue disponibilizá-los rapidamente, gratuitamente, para todos os que estão ligados em rede».

Isabel Coutinho avança ainda nas desmultiplicações de José Afonso Furtado no ambiente digital. Começa por referir o seu livro, Do papel ao pixel, (incontornável para quem quer perceber o que está a acontecer ao livro impresso, no contexto digital), e refere depois a presença do autor no Facebook e no Hi5 onde mantém um diário... só para amigos: «Se quer ficar a saber coisas importantes como referências à nova coluna de Steven Livy no WP, a concentração das editoras, o novo livro de Roger Chartier ou a disponibilização dos espólios de Raul Lino e Cristiano da Silva na Net, tem que ir ao hi5 e pedir a José Afonso Furtado que o aceite como amigo».


Face a esta trecho de Isabel Coutinho, o Blogtailors torna público aquilo que já avançou em privado: Caro José Afonso Furtado, sinta-se à vontade para disponibilizar a um público mais alargado, via Blogtailors, o seu diário.

(pf)

José Saramago, censura, Cavaco Silva e o doutoramento honoris causa

30.03.08

«Repare-se que o Presidente da República foi nomeado doutro honoris causa em Literatura pela Universidade de Goa. Só significa uma coisa: é que este doutoramento veio atrasado. Se lho tivessem dado mais cedo, quando o Sr. António Sousa Lara decidiu o que decidiu em relação ao Evangelho Segundo Jesus Cristo, teríamos assistido a algo absolutamente glorioso: Cavaco Silva a intervir em defesa do livro».

José Saramago in: JL, Nº 978, 26.03.2008-08.04.2008, p.12:

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