O bibliotecário José Mário Silva é o novo coordenador de livros do suplemento Actual (Expresso). Do que conhecemos do José Mário Silva, só podemos saudar a escolha. Tenha o José Mário Silva o espaço necessário para desenvolver o seu trabalho e estamos certos que as melhorias aparecerão naturalmente. De forma progressiva, decerto, mas naturalmente.
«Um ciclo de conferências, curtas-metragens, uma exposição, um concerto e uma peça de teatro são algumas das iniciativas promovidas pela Casa Fernando Pessoa para comemorar os 120 anos do nascimento do poeta, que se assinala a 13 de Junho de 1888.»
«Um dossier com pareceres "de índole fundamentalmente linguística", alguns dos quais inéditos, vai ser entregue segunda-feira ao Presidente da República por signatários do Manifesto em defesa da Língua Portuguesa contra o Acordo Ortográfico.»
A notícia veio anteontem publicada no Jornal Público (p.15) e a conclusão foi apresentada por Carlos Reis, defensor do Acordo Ortográfico (CR). O estudo, chefiado por CR, foi encomendado pelos ministérios da Educação e Negócios Estrangeiros.: «Ainda assim, o ex-director da Biblioteca Nacional crê que há razão para algum optimismo, já que Portugal "despertou agora", genuinamente, para a necessidade de ter uma política da língua. "E, por coincidência ou não, o mesmo está a acontecer no Brasil", acrescenta Carlos Reis, que está convencido de que "teve muito a ver com isto o modo como a nossa classe política se comportou na questão do Acordo Ortográfico".
Adam Hodgkin dá a sua resposta à velha questão: irão os livros coexistir com o digital?
Aproveitando uma citação de Richard Charkin (que muito lamentamos ter saído da blogosfera) ao Guardian, afirmando que os livros nunca irão desaparecer, Adam contrapõe da seguinte forma:
« If/when an acceptable and popular form of digital book arrives, the digital channel will benefit from Moore's law: this means that digital will become more attractive with respect to printed books at a rate approaching 50% per annum. [...] because a digital solution will be getting better so much faster. How publishers can respond to a distribution channel that gets better (cheaper, more profitable. more capacious, better value) at 50% per annum is another matter.... but it will make it very difficult for printed books to be in a steady-state of peaceful co-existence, as it were 'always with us' like hardback and paperback editions.
As more of our cultural environment migrates to the web (photos have gone with a flicker, music is going with an iTune, radio is on its last FM and TV is on the way via YouTube; film will certainly go digital), do we think that books alone of our mass culture formats will remain primarily analog in print? On the contrary books will be and are being sucked on to the web because those who live and work in a web environment, need digital books to be on the web.
Energy. Books are heavy on energy. Are we sure that printed books will still be so popular when they cost £50/$80 or £15/$17.50 for mass market paperback. That may happen if oil goes to $300 a barrel. Digital editions will at some point begin to be perceived as better/more useful than print books. At that point, publishers, authors and designers will invest a great deal of effort in making them even better, in providing functions that print books cannot.
Libraries are going digital with enthusiasm and digital libraries will be much better than we can currently envisage. Digital literature will be the golden age of the library and we will all use digital library services.»
A Lei do Preço Fixo francesa está a ser repensada à luz da nova Lei de Modernização da Economia [LME] e algumas propostas começam a ser aventadas.
Uma das que está em cima da mesa tem relações próximas com o que tem sido falado em Portugal (relativamente à Lei do Preço Fixo) e, por esse motivo, aqui reproduzimos a essência da proposta dos dois deputados da maioria, Christian Kert (UMP, Bouches-du-Rhône) e Jean Dionis do Séjour (Nouveau Centre, Lot-et-Garonne).
«un amendement au projet LME qui prévoit de réduire de deux ans à six mois le délai avant lequel il est interdit de pratiquer des rabais supérieurs à 5 % sur le prix des livres.»
A Société des gens de lettres (SGDL), o Syndicat national de l'édition (SNE) e o Syndicat de la librairie française (SLF) responderam com uma carta conjunta a Christine Albanel (Ministra da Cultura), alertando-a contra essa alteração que: «amorcerait un bouleversement total du marché du livre, dont les seuls bénéficiaires seraient quelques grands acteurs de la distribution».
Grandes superfícies e Internet (Amazon France e Alapage) defendem a alteração de forma a reduzir o preço dos livros e tornar o mercado francófono mais competitivo face ao mercado anglosaxónico; os editores recusam essa visão, dizem que a Lei é essencial, que os livros não estão caros e que o consumidor teria muito a perder com a liberalização do mercado (nomeadamente em termos de diversidade).