Héctor Abad Faciolince começou a sua intervenção desculpando as palavras e, um pouco como Pedro Pinto diria mais tarde, afirmando que a culpa passa pelas pessoas, que criam os muros com as próprias palavras. Faciolince acha que as palavras escapam do cérebro também através da escrita, e isso faz com que o colombiano se sinta mais à vontade quando escreve. Inês Botelho revelou que, quando a vontade de escrever é grande, «as palavras são tantas que tendem a sair numa enxurrada violenta», acrescentando ainda que são «preciosas e imensas». Falando do tema através da sua relação com a palavra, Imma Monsó atribuiu à literatura a possibilidade de «entrar num mundo mágico de empatia com o outro, de entrar na mente de outra pessoa, viver a sua vida», considerando que as palavras são «muros que nos cercam, mas que também derrubam e que nos transformam, nos alegram e nos entristecem». Como para muitos autores, também para José Carlos Barros a ligação à escrita, às palavras e à leitura começou muito cedo, logo na infância. «A maneira como vejo a Literatura e como escrevo tem a ver com, por um lado, com esta ideia de mundo mágico, em que a Literatura permite a reconstrução de memórias e de criação de universos únicos, e, por outro lado com a importância da palavra», concluiu.
Assim decorreu a 5.ª mesa das Correntes, moderada pelo sempre bem-humorado Onésimo Teotónio de Almeida. Ler mais
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