Grávidos de literatura
«Lá fora, o ofício de escrever depende da planificação e do método, implica ler e estudar muito, exige passar várias horas por dia a escrever. Os escritores portugueses não vão nisso. Trabalho, aprendizagem, disciplina, esforço, estudo? Isso seria cair no óbvio e na redundância, deixar-se encurralar nos lugares comuns e no tédio das frases feitas, das fórmulas gastas.
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Em Portugal, pelos vistos, o único talento necessário para escrever livros é ser possuído, como aconteceu com a Virgem Maria, por uma espécie de sopro que engendra, sem os próprios escritores darem bem por isso, vindos não se sabe donde, romances, livros de poemas, temas, estilos, intrigas, personagens, diálogos, comparações, intertextualidades, polifonias.» A crónica de João Pedro George para ler no Observador.